It’s as if the more ephemeral and fragile, the more radically shifting the conscience of the power of light as a social tool becomes. Take Raoul Kurvitz’s Cathedral, as presented in Toruń (2013). The church-based building, made of discarded windows and window frames, a calm mesmerizing sound, a few projectors and candles, is a monument to light, both spiritual and actual. Installed amidst the ruins of the former St. Nicolaus church, its presence was an obvious invitation to look at the religious in an abstract way, (as if) independently from any doctrine.
In fact, during the presentation, moved visitors – who had the opportunity to light themselves a candle – had the impression that they were in a peculiar, almost sacred world. So, one can say that the installation touches upon the innermost human feelings, provoking not only reflection but a meditive cosmopolitanism.
This work by Kurvitz articulates architectural wit, sculptural wisdom, the tradition of the objet trouvé and a social semiotics through performance – if not a sort of religious performatics. It’s a masterpiece.
Curator.
É como se, quanto mais efémera e frágil, mas radicalmente transformadora se pode tornar a consciência do poder da luz enquanto ferramenta social. vejamos Cathedral de Raoul Kurvitz, tal como apresentada em Toruń (2013). O edifício em forma de igreja, feito de janelas abandonadas, um ambiente sonoro calmo e hipnotizador, uns poucos projectores e velas, é um monumento à luz, tanto espiritual como imediata. Instalada nas ruínas da antiga Igreja de S. Nicolau, a sua presença constituiu um óbvio convite para olharmos para o religioso de forma abstracta, (como se) independentemente de qualquer doutrina.
De facto, durante a mostra, os visitantes comovidos – a quem era dada a oportunidade de acenderem por si próprios a sua vela – tinham a impressão de que estavam num mundo peculiar, quase sagrado. Assim, podemos dizer que a instalação toca os nossos mais profundos sentimentos humanos, provocando não apenas reflexão mas uma cosmopolitanismo meditativo. Esta obra de Kurvitz articula graça arquitectural, sabedoria escultórica, a tradição do objet trouvé uma semiótica social através da performance – senão uma espécie de performática religiosa. É uma obra-prima.
Curadoria.