Sousa Martins

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It would have been misleading to head this note with the image of the statue of Sousa Martins in Lisbon, both a famous and intimate and secret pilgrimage target located in Campo Mártires da Pátria in Lisbon. And maybe the most timeless and multidimensional of the urban interfaces, «between heaven and earth», beyond the «spectacle of the world». Instead, the image above which embodies the lived moment is of a frame of the film Sousa Martins, directed by Justine Lamahieu, taken from the first row during the avant-première in Cinemateca Portuguesa, last May 23rd 2019. It conveys an immense peace, a whole programme of serenity and contemplation.

The session – a séance? – somehow (and for a good part of the public) worked as one tribute more to the posterity of the great doctor and superior spirit. The narrative, full of polarities, naturally had its diverse moments, and many quite perplexing. As if following the coming-and-going of the emotions which guide the film. It is a precise and delicate object which unfolds itself sometimes as an objective documentary and sometimes as a direct dialogue of the author with the character. We follow this dialogue across all sorts of commentaries and opinions but above all through visual indexes and signals, which the camera captures in a wavy rhythm that frequently suggests the pauses of meditation. Silences.

The work unravels a myriad of devotional modes and motifs, but also extremely relevant facts in order for this iconic and particularly dear figure of the collective memory to become more publicly reconsidered in the times we’re living. Worth seeing, resseing and debating, in the informal ecclesia of brothers of all creeds. Redeeming.

PS How did I know about the movie? By means of the humblest of the posters, glued to the modest pyre where candles never stop burning.

Together with Pedro (Teixeira da Mota) and Madalena (Folgado), so we went and I Finnish this note with her words, sent in the meantime by mail: «The scientist Francisco Varela tells us that what art, science and religion have in common is the fact that they offer us the possibility to jump onto a momentum, but that we shall nevertheless let go whatever we might be grabbing. In the movie, a believer in Sousa Martins tells us that all religions offer trampolins so we may jump toward the sky “but that it seems that people have glue in their shoes”.» In the ‘arts of life’ – words taken from one prayer to the Master born in Alhandra – don’t we all continually need to take-of, infinitely?

 

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Teria sido redutor encimar esta pequena nota com a imagem da estátua de Sousa Martins em Lisboa, tão famoso quanto íntimo e secreto foco de peregrinação ao Campo Mártires da Pátria em Lisboa. E talvez o mais intemporal e multidimensional dos interfaces urbanos, «entre o céu e a terra», para lá do «espectáculo do mundo». Em vez disso, a imagem que dá corpo ao momento vivido é a de um frame do filme Sousa Martins, de Justine Lemahieu, tirada da primeira fila durante a ante-estreia na Cinemateca Portuguesa, no passado 23 de Maio de 2019. É de uma paz imensa, todo um programa de serenidade e contemplação.

A sessão – apetece dizer, a séance – funcionou de alguma forma (e pelo menos para boa parte do público) como um tributo mais à posteridade do grande médico e espírito superior. A narrativa, plena de polaridades, teve naturalmente distintos momentos, e não poucos desconcertantes. Como que acompanhando o vai-vem de emoções e sentimentos que pautam o filme, muito preciso e delicado objecto que se desdobra ora em documentário objectivo, ora num diálogo em discurso directo da autora com a personagem, a que vamos acedendo não apenas por comentários e opiniões mas sobretudo índices e sinais, os quais a câmara vai captando num ritmo ondular que muitas vezes sugere as pausas da meditação.

Consegue a obra assim desvelar uma miríade de modos e motivos da devoção, mas também factos extremamente relevantes para reconsiderar-se, hoje e mais publicamente, uma figura icónica e particularmente querida da memória colectiva. A ver, rever e debater, na informal ecclesia de irmãos de todos os credos. Redentor.

PS Como soube do filme? Pelo mais humilde dos cartazes colado no singelo tocheiro onde jamais param de arder as velas.

Acompanhado pelo Pedro (Teixeira da Mota) e a Madalena (Folgado), lá fomos e é com palavras entretanto enviadas por mail pela Madalena que há-de fechar-se a presente nota: «O cientista Francisco Varela diz-nos que o que a arte, a ciência e a religião têm em comum é a possibilidade de saltarmos para um momentum, mas que todavia temos de soltar o que quer que estejamos a agarrar. No filme, um crente em Sousa Martins diz-nos que todas as religiões nos oferecem trampolins para saltarmos em direção ao céu “mas as pessoas parece que têm cola nos sapatos”.» Nas ‘artes da vida’ – cito uma oração do Mestre nascido em Alhandra – não precisaremos todos nós de continuamente nos descolar, infinitamente?

 

 

Blue wine

They were surprised with the blue wine that was served. Two anonymous tourists – Austrian I guess – joined us for the opening of VICENTE’18. They were even more amazed by the kaleidoscopic richness of the mythography of Saint Vincent that I was happy to explain. It was their curiosity that pulled them to enter the work, and the result was – in their own words – the involvement with one’s conscientization of our presence, as Humans, on Earth… in this world that we access through our limited perception, there’ll be always the insight led by intuition. With this kind of public, one wins the day, the year, one’s life. Danke schön!

Surpreendidos com o vinho azul que lhes foi servido, estes dois anónimos turistas de origem austríaca (acho) que se juntaram à inauguração do VICENTE ’18 ficaram ainda mais espantados quando lhes expliquei a caleidoscópica riqueza da mitografia de São Vicente. Nota fundamental: foi a curiosidade deste transeuntes que os levou a ficarem-se por ali, um interesse activado pela obra de Nino Alfieri, que observaram muito atentamente, em plena consciência das suas implicações éticos-estéticas. Não é todos os dias que uma obra de arte apela ao nosso envolvimento com a nossa própria conscientização da nossa presença enquanto humanos na Terra, neste mundo a que acedemos pela nossa limitada percepção. Pois que haverá sempre o insight que a intuição nos aporta. Com um público destes, estão o dia, o ano, a vida ganhos! Danke schön!

Meeting Bogna

Last 29th May, happy meeting with Bogna Swiatkowska from Bęc Zmiana Foundation in Venice, for the double opening of the IN/VISIBLE CITY exhibition: Invisible City at Calle delle Colonete, and Simple Stories at Cannaregio 4947/A, Corte del Lovo. In partnership with the Biennale Urbana, a dynamic organization currently activating, through projects, educational paths, art and cultural productions, urban transformation processes and discourses on marginal aspects of the most beautiful of the cities.

http://www.beczmiana.pl/english,1334,biennale_urbana_fontego_de_polacchi_venice_2016.html

 

Brunching with the boys!

Wojciech Mazan and Rafał Śliwa, young and brilliant architects from PARERGA studio. Simple Stories, at Fontego de Polacchi (!) is a sweet surprise of a show. Great mix of conceptual precision, Humanist vision and strategic wit. In a most sensitive (non-lit) display, it has translated something utterly Polish – the Ogrody działkowe (Polish allotments) – into a model for urbanistic innovation for the context of Venice. Special thanks to Bęc Zmiana Foundation.

http://www.beczmiana.pl/english,1334,biennale_urbana_fontego_de_polacchi_venice_2016.html

Encountering Paul

Amazing, to meet one of my heroes in… Venice. Not at all too far from San Marco, and definitely very close to my heart. Paul Ardenne, critic, curator, writer, rules, book after book, conference after conference. Just take a look at this quote.

L’art, la pratique artistique comme pouvant nous « dire » quelque chose, nous informer sur l’humanité pour faire progresser la pratique thérapeutique ? Oui – mais la pratique artistique a aussi toutes les chances, en soi, d’être une forme d’addiction, et des pires qui soient. Une pratique heureuse peut-être, de nature à satisfaire le sujet au lieu de toujours le punir mais il n’empêche, une addiction.

PERIFÉRICA – Brainstorming Art

PERIFÉRICA designa o ciclo de seminários promovido pela Anda&Fala – Associação Cultural, em articulação com o Walk&Talk e com o apoio da EFA – European Festival Association.

O seminário assume o território e transforma o contexto “Açores” em ponto de partida para uma discussão sobre a relação entre centro e periferia. Surge no sentido de haver uma crescente teorização e discussão sobre a criação artística contemporânea nos Açores, a georreferênciação do território através de conteúdos artísticos e a oportunidade de turismo criativo e intercâmbio internacional.

O primeiro seminário reúne 8 oradores em torno da questão “Novas centralidades artísticas”. É um painel com projetos de 5 países que confirmam a emergência de um novo mapa geocultural.

PERIFÉRICA designates the cycle of seminars organized by Anda&Fala – Cultural Association, in conjunction with Walk&Talk and with the support of EFA – European Festival Association.

The seminar assumes the territory and transforms the “Azores” context into a starting point for a discussion on the relationship between center and periphery. It arises from the need of a growing theorization and discussion on contemporary artistic creation in the Azores, territorial geo-tagging through artistic content and creative tourism opportunities and international exchanges.

The first seminar brings together eight speakers around “New artistic centralities”. It is a panel with projects from 5 countries that support the emergence of a new geo-cultural map.

source: https://www.facebook.com/events/603256819833133/

Meeting Joaquim

Com Joaquim Paulo Nogueira no Trindade, que a anda mexer com a esfera pública, pensando a comunidade.
With Joaquim Paulo Nogueira, creating a space for the public sphere to meet the community.

Meeting Frédéric

Matilde Torres Pereira: Queria investir numa casa “pequena” e deu por si a recuperar o Palácio Belmonte e a dar nova cara a um pedaço de Alfama. O edifício devoluto deu lugar a um hotel e um espaço cultural. “Viver no meio da beleza ajuda as pessoas a viver melhor.”

http://rr.sapo.pt/noticia/47046/frederic_coustols_anda_pelo_mundo_a_coleccionar_paisagens_e_encontrou_lisboa

Baltic Light Chain final conference

Baltic Light Chain – connecting Tallinn, Vilnius, Riga, Gdansk – was all about encounters. Wonderful complementary visions of Light and the City, Art and Festival. In the photos, with Gisella Gellini from Milan and Ilkka Paloniemi, from Helsinki. Particularly impressive were the talks by Marco Brianza and Dominik Lejman, lesson in how art can establish with Technology and the City a deeper dialogue than what we are used to witness. Other brilliant participants were Bettina Pelz and Johanna-Mai Vihalem, all fantstically ‘orchestrated’ by Diana Civle and our friends from Riga, not forgetting Indrek Leht from Tallinn’s Lux Matrix.

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LightCraft por Alexandra Prado Coelho

Do breve encontro com a jornalista nasceu um delicadíssimo artigo, que capta perfeitamente a intenção do Projecto. Extracto de ‘A luz abre portas fechadas no Palácio Belmonte’, publicado no Público, sexta-feira 22 de Janeiro, 2016.

Uma libélula suspensa no espaço no pátio interior do Palácio Belmonte, em Lisboa. Uma vela de navio feita de milhares de tiras de plástico pretas e brancas abanando ao vento numa das torres, como se o palácio fosse agora um navio dançando nos céus da cidade. Um espelho mágico que nos esvazia de ego. Um outro espelho que nos funde com uma floresta subaquática de néones, numa espécie de passagem para um outro mundo através de uma porta fechada. A cicatriz de uma parede marcada pelo tempo transformada num quadro psicadélico.

Jana Matejkova-Middleton, Outside Over There, LightCraft, Palácio Belmonte (Maria Ursula Room), 2016

Jana Matejkova-Middleton, Outside Over There, LightCraft, Palácio Belmonte (Maria Ursula Room), 2016