Thank you artists Bárbara Wagner & Benjamin de Burca, curator Gabriel Pérez-Barreiro and Fundação Bienal de S. Paulo for the Brazilian Pavilion in the 58th Arte Biennale. It brought us Eduarda Lemos and the adorable teams of dancers from Recife. It was one of the very first pavilions I checked out in Venice, and it would be under its spell that I would do the rest of the tour.
Needless to say, nothing else would mesmerise me in the same way (with the exception, I must admit, of the live opera at the Lithuanian show). In any case, Swinguerra is highly relevant because it is a quite spectacular outcome of an ongoing commitment of the filmmakers with a community of youngsters passionately competing with each other among dance groups dedicated to the emergent styles of the periphery: swingueira, brega and batidão do maloca. The fact that these dancers are most nonbinary is for me somehow secondary, but I am sure it is nevertheless a crucial point when it comes to dig into the Brazilian reality.
The experience of the space in the Giardini is of a hybrid form of musical documentary, one well aware of its potential as a social event. It might be generating a political momentum. Notably, it is the result of a participatory and horizontal practice with the characters portrayed having collaborated in the film’s script. And what’s more important, as the curator puts it, it’s about offering society a radically inclusive contribution for engagement and debate, in a country currently acknowledged as a violent territory of “disputes on visibility, legal rights, and self-representation”.
By all means, and for this post’s sake, Eduarda will be the face of this year’s Biennale, but I risk to say, possibly also the face of Brazil during these utmost troubled times. She steals your heart with her moves and her gaze, as if all of her (gorgeous) mates were also speaking through her. Humans as avatars of whole communities, that’s what this kind of sweet creature is. Disarming. Just enough to make you adhere to the criticality of the fight for justice, freedom and evolution in a world menaced by all sorts of fascisms, coming under all scales and disguises. Força, galera!
Eduarda Lemos, nome de guerra: Brasil
Obrigado artists Bárbara Wagner & Benjamin de Burca, curador GabrielPérez-Barreiro e Fundação Bienal de S. Paulo pelo Pavilhão do Brasil na 58.ª Arte Biennale. Trouxe-nos Eduarda Lemos e a adorável equipa de bailarinos do Recife. Foi dos primeiros pavilhões que espreitei em Veneza. E foi sob seu feitiço que visitaria o resto do percurso.
É evidente que nada mais me impressionaria da mesma maneira (com a excepção, tenho de admitir, da ópera ao vivo na representação lituana). Em qualquer dos casos, Swinguerra é muito relevante porquanto espectacular expressão do comprometimento dos realizadores com uma comunidades de jovens que compete apaixonadamente entre si, em grupos de dança que se dedicam a estilos emergentes da periferia: swingueira, brega e batidão do maloca. O facto de a maioria dos dançarinos ser não-binário é para mim de alguma maneira secundário, mas estou certo de que não deixa de ser um ponto crucial quando o que está em causa é um mergulho na realidade brasileira.
A experiência do espaço nos Giardini é a de uma forma híbrida de documentário musical, consciente do seu potencial como acontecimento social. Talvez contribua para gerar momentum político. Até porque é o resultado de uma prática participaria e horizontal com as personagens representadas colaborando no guião. Ainda mais importante, e tal como o curador tornou claro, trata-se de oferecer à sociedade uma contribuição radicalmente inclusiva para o engajamento e o debate, num país actualmente conhecido por se ter tornado num território violento de “disputas sobre visibilidade, direitos legais e auto-representação”.
Para todos os efeitos, e para os deste post – cujo título evoca o Nome de Guerra de Almada Negreiros –, Eduarda será o rosto da Bienal deste ano, mas arrisco dizer, também do Brasil nestes tempos assaz perturbantes. Ela rouba-nos o coração com os seus movimentos e o seu olhar, como se todos os/as seus (lindos/as) companheiros/as estivessem também eles/as a falar por meio dela. Humanos como avatares de comunidades inteiras, é este o tipo de doce criatura na imagem. Desarmante. Na exacta medida para nos fazer aderir criticamente à luta pela justiça, liberdade e evolução num mundo ameaçado por todo o tipo de fascismos, que nos chegam em todas as escalas e disfarces. Força, galera!
Parabéns. Belo e sintético texto. Eduarda Lemos. A guerrear, onde a luta é mais árdua. Eduarda resgata a arte, o prazer, a felicidade em dias tristes.